
O projeto Teko Porã – Semeando Liberdade está promovendo uma transformação significativa para indígenas encarcerados no Estabelecimento Penal de Amambai. A iniciativa inclui cursos de capacitação profissional, atividades de fortalecimento emocional e assistência jurídica, com o intuito de preparar os participantes para oportunidades futuras dentro e fora do sistema prisional.
Desenvolvido pelo Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas e a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), o programa visa integrar educação e valorização cultural. Além de contribuir para a redução da pena, promove a autonomia e a reinserção social qualificada.
Até o momento, oito indígenas foram certificados em cursos de cabeleireiro/barbeiro e horta comunitária. Outros sete participantes já estão em liberdade. Cursos em marcenaria, informática e horticultura estão em andamento, e novas capacitações estão programadas para o próximo ano, incluindo enfrentamento à violência doméstica e uso consciente de álcool.
“O Teko Porã nos permite trabalhar a reinserção social de maneira concreta”, afirmou Alexandre Ferreira de Souza, diretor do presídio.
A cerimônia de certificação contou com a presença de autoridades como Fernando Silveira Alves do IFMS e Kaique Galicia do Ministério dos Povos Indígenas. Foi destacada a importância da educação profissional na transformação da vida dos reeducandos.
Os cursos foram acompanhados pelo facilitador indígena Arildo Alves Alcantara e pelo tradutor Zenaldo Moreira Martins, que garantiram o respeito à cultura e idioma indígenas. Atividades incluem apoio psicológico, conduzidas por Verônica da Silva Lima e Edilson dos Reis, promovendo debates sobre vínculos e cidadania. A assessoria jurídica também auxiliou na recuperação de documentos civis, essenciais para o exercício pleno da cidadania.
Os participantes receberam suporte para regularizar documentos pessoais, buscando facilitar sua reintegração social.
Os cursos, como o de Horta Comunitária, abordaram tópicos práticos e foram conduzidos por especialistas como Samuel Carvalho de Aragão. Já o curso de cabeleireiro e barbeiro ofereceu 40 horas de aulas práticas, preparando os internos para um retorno ao mercado de trabalho.
Por meio do Teko Porã, os reeducandos têm a chance de reconstruir suas vidas com base em conhecimentos técnicos adquiridos, visando uma integração ao mercado de trabalho que respeite suas raízes culturais e necessidades sociais.