Exposição revisita trajetória de Luiza Bairros na Fundação Palmares

Mostra 'Luiza Bairros: Lentes e Voz' é inaugurada em Brasília na véspera da Marcha das Mulheres Negras, celebrando o legado da intelectual e ex-ministra.

25/11/2025 às 08:00
Por: Redação

A trajetória da renomada intelectual negra Luiza Bairros, que faleceu em 2016, é o foco da exposição “Luiza Bairros: Lentes e Voz”, inaugurada nesta segunda-feira (24) na Fundação Palmares, em Brasília. A mostra detalha a vida e a obra de uma das maiores articuladoras do feminismo negro no Brasil, evidenciando seu profundo impacto na luta histórica contra o racismo e o sexismo.

 

A curadora Martha Rosa, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, descreve a exposição como uma “feminagem”, um tributo que traça um panorama abrangente da vida de Luiza Bairros. A iniciativa é particularmente simbólica, ocorrendo na véspera da segunda Marcha Nacional das Mulheres Negras, evento que reflete o empenho e a visão de Bairros como figura central na articulação e nas referências do movimento.

 

A Mostra e o Impacto do Legado de Luiza

Os visitantes da exposição terão acesso a um rico acervo que documenta a atuação de Luiza Bairros em diversas frentes, desde sua participação ativa no movimento negro até a formulação e implementação de políticas públicas essenciais. A mostra inclui uma cronologia detalhada de sua vida, fotografias históricas e registros de seu papel em instituições e movimentos sociais.


“A exposição traça um panorama da vida e obra de Luiza Bairros, por meio de registros da sua atuação no movimento negro, cronologia da sua vida, com fotos, destaque na sua participação na formulação de políticas públicas, sua atuação em instituições de movimentos sociais, entre outros”, detalhou a curadora Martha Rosa.


Entre os registros presentes, há um enfoque especial na atuação de Luiza Bairros como ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil, cargo que ocupou entre 2011 e 2014. Complementando o acervo documental, a exposição também apresenta peças inéditas criadas por artistas plásticas de diversas cidades do país, que oferecem suas próprias interpretações visuais sobre a figura e o legado de Luiza Bairros.

 

Presente na inauguração, Fernanda Bairros, sobrinha da intelectual, enfatizou que não se vê apenas como parente, mas como “fruto do projeto político construído” por sua tia, que dedicou toda a sua vida à causa de combate ao racismo e ao sexismo. O presidente da Fundação Palmares, João Jorge, também ressaltou a influência perene de Luiza Bairros, afirmando que seu trabalho na política institucional serve de inspiração para as gerações atuais.


João Jorge destacou que “todas as mulheres que estão na política hoje são descendentes da Luiza Bairros, de Lélia Gonzales, de Beatriz Nascimento, todas que vieram antes”, sublinhando a continuidade da luta e do pioneirismo.


A ministra da Cultura, Margareth Menezes, que conheceu Luiza Bairros durante sua atuação na Fundação Palmares, elogiou a iniciativa. Ela relembrou que a Fundação foi, por muitos anos, um espaço crucial para que artistas negros e negras pudessem desenvolver e apresentar seus trabalhos em âmbito nacional, consolidando um ambiente de apoio e visibilidade. A ministra acrescentou que a exposição oferece uma oportunidade valiosa para as novas gerações se conectarem com a história e o pensamento de Luiza Bairros, considerando a abertura um

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