Sábado, 26 de Abril de 2025
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Consórcio Guaicurus já registrou 440 denúncias sobre o transporte coletivo de Campo Grande em apenas 28 dias de funcionamento, com destaque para frota deteriorada (33% das queixas), falta de veículos e atrasos (10% cada). Enquanto isso, Três Lagoas, se prepara para se tornar a primeira cidade de Mato Grosso do Sul a operar uma frota integralmente climatizada – um contraste que evidencia as disparidades na qualidade do serviço entre os municípios.
O relatório da CPI descreve um sistema em colapso, com superlotação, ônibus antigos e descaso com usuários. “As reclamações evidenciam um sistema de transporte público em crise, marcado por superlotação, atrasos, má conservação e descaso com os usuários”, afirmaram os vereadores. O caso emblemático de dois ônibus rebocados em 16 de abril – um deles com 14 anos de uso – ilustra a precariedade, enquanto a investigação apura falhas na gestão do contrato desde 2020.
Em contrapartida, a Prefeitura de Três Lagoas anunciou a chegada de 12 ônibus com ar-condicionado, Wi-Fi, elevador de acessibilidade e tecnologia Euro 5 para reduzir emissões de poluentes. Dois veículos serão reservas, e os testes operacionais já estão em curso. A iniciativa coloca o município como pioneiro no estado em conforto e sustentabilidade no transporte público – um avanço que contrasta com a realidade da capital, onde a CPI exige medidas urgentes como renovação da frota e maior fiscalização.
Dois extremos
Enquanto Campo Grande debate soluções para um sistema classificado como “insustentável” pelos parlamentares, Três Lagoas simboliza um modelo em ascensão. A diferença reforça a necessidade de investimentos em mobilidade urbana, especialmente em cidades maiores, onde a demanda por transporte eficiente é crítica. A nova frota três-lagoense deve entrar em operação nos próximos dias, conforme cronograma da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seintra).